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Medicamentos psiquiátricos: Tudo o que você precisa saber!




Vamos falar sobre aquelas pílulas mágicas que melhoram nossa vida? Sim, estamos falando dos remédios ou medicamentos psiquiatricos que apesar de não serem mágicos e não solucionarem todos os problemas, podem ajudar muito na nossa recuperação. Os remédios psiquiátricos desempenham um papel importante no tratamento de uma variedade de condições de saúde mental, ajudando a aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida para muitas pessoas. Vamos entender como eles funcionam?


Como Funciona o Cérebro?

Antes de falarmos sobre os remédios psiquiátricos, é importante conhecermos como o cérebro funciona.


O cérebro é composto por bilhões de células nervosas chamadas neurônios, que se comunicam entre si através de sinais químicos e elétricos.


Principais Componentes do Cérebro:
  1. Neurônios: Células nervosas que transmitem informações.

  2. Sinapses: Espaços entre neurônios onde ocorrem as transmissões químicas.

  3. Neurotransmissores: Substâncias químicas que transmitem sinais entre os neurônios. Exemplos incluem serotonina, dopamina, noradrenalina e GABA.


Principais Desequilíbrios que Causam Transtornos Mentais

Transtornos de saúde mental podem ser causados por desequilíbrios nos neurotransmissores. Aqui estão alguns exemplos:


Depressão

A depressão está associada a baixos níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina. Esses neurotransmissores ajudam a regular o humor, a energia e a motivação. Quando estão em níveis baixos, a pessoa pode se sentir triste, sem energia e desmotivada.


Ansiedade

A ansiedade está relacionada a uma baixa atividade de GABA, um neurotransmissor que ajuda a acalmar o cérebro, e desequilíbrios em serotonina e noradrenalina. Isso pode fazer com que a pessoa se sinta constantemente nervosa e tensa.


Esquizofrenia

A esquizofrenia é ligada a níveis elevados de dopamina. Dopamina em excesso pode causar alucinações e delírios, que são sintomas típicos da esquizofrenia.


Transtorno Bipolar

Este transtorno envolve desequilíbrios complexos de neurotransmissores, incluindo dopamina, serotonina e noradrenalina. Esses desequilíbrios podem causar oscilações extremas de humor, desde episódios de mania (altos níveis de energia e euforia) até episódios de depressão (tristeza e desmotivação).


Quais os tipos de remédios e suas respectivas ações?

Agora que entendemos como o cérebro funciona e os principais desequilíbrios, vamos ver como os medicamentos psiquiátricos ajudam a regulá-los.


1. Antidepressivos

Usados para tratar depressão e ansiedade, atuam principalmente aumentando os níveis de serotonina e noradrenalina.

  • ISRSs (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina)

  • Como Funcionam: Aumentam a serotonina bloqueando sua reabsorção pelos neurônios.

  • Exemplos: Fluoxetina (Prozac), Sertralina (Zoloft).

  • IRSNs (Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina)

  • Como Funcionam: Aumentam tanto a serotonina quanto a noradrenalina bloqueando sua reabsorção.

  • Exemplos: Venlafaxina (Effexor), Duloxetina (Cymbalta).

  • Tricíclicos

  • Como Funcionam: Aumentam serotonina e noradrenalina, mas com mais efeitos colaterais.

  • Exemplos: Amitriptilina, Nortriptilina.

  • IMAOs (Inibidores da Monoamina Oxidase)

  • Como Funcionam: Bloqueiam a enzima que decompõe serotonina, noradrenalina e dopamina.

  • Exemplos: Fenelzina, Tranilcipromina.


2. Antipsicóticos

Usados para tratar esquizofrenia e transtorno bipolar, ajudam a controlar sintomas psicóticos como alucinações e delírios.

  • Antipsicóticos Típicos

  • Como Funcionam: Bloqueiam receptores de dopamina.

  • Exemplos: Haloperidol, Clorpromazina.

  • Antipsicóticos Atípicos

  • Como Funcionam: Bloqueiam receptores de dopamina e serotonina, com menos efeitos colaterais.

  • Exemplos: Risperidona, Olanzapina, Quetiapina.


3. Estabilizadores de Humor

Usados principalmente para tratar transtorno bipolar, ajudam a prevenir episódios de mania e depressão.

  • Lítio

  • Como Funciona: Estabiliza os níveis de neurotransmissores, reduzindo episódios maníacos e depressivos.

  • Exemplo: Lítio.

  • Anticonvulsivantes

  • Como Funcionam: Usados originalmente para epilepsia, estabilizam a atividade elétrica do cérebro.

  • Exemplos: Ácido valpróico (Depakote), Lamotrigina (Lamictal).


4. Ansiolíticos

Usados para tratar transtornos de ansiedade, ajudam a reduzir os sintomas agudos de ansiedade.

  • Benzodiazepinas

  • Como Funcionam: Aumentam o efeito do GABA, um neurotransmissor inibidor que acalma o cérebro.

  • Exemplos: Diazepam (Valium), Lorazepam (Ativan).


Medicamentos x Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais variam dependendo do tipo de medicamento, mas aqui estão alguns exemplos comuns. Lembre-se ter ou não efeitos colaterais e a intensidade deles pode variar de pessoa para pessoa:

  • Antidepressivos (ISRSs e IRSNs): Náuseas, ganho de peso, insônia, ansiedade, disfunção sexual.

  • Antipsicóticos: Aumento de peso, sedação, movimentos involuntários (discinesia tardia), síndrome metabólica.

  • Estabilizadores de Humor: Tremores, sede aumentada, ganho de peso, problemas de tireoide (especialmente com lítio).

  • Ansiolíticos (Benzodiazepinas): Sedação, dependência, tontura, problemas de memória.


Quanto tempo leva para os medicamentos fazerem efeito?

O tempo que os medicamentos psiquiátricos levam para fazer efeito pode variar:

  • Antidepressivos: Geralmente levam de 4 a 6 semanas para que os pacientes comecem a notar uma melhora significativa nos sintomas.

  • Antipsicóticos: Podem começar a fazer efeito dentro de alguns dias, mas a melhora total dos sintomas pode levar várias semanas.

  • Estabilizadores de Humor: Podem começar a fazer efeito em poucos dias, mas a estabilização completa do humor pode levar várias semanas.

  • Ansiolíticos: Os efeitos são geralmente rápidos, muitas vezes em minutos a horas.


Medicamentos Psiquiátricos: Sensação de Piora Inicial

Quando começamos a tomar medicamentos psiquiátricos, como antidepressivos, estabilizadores de humor ou antipsicóticos, é comum experimentar uma sensação de piora nos primeiros dias ou semanas. Isso pode ser alarmante, mas é uma parte normal do processo de adaptação do corpo ao novo medicamento.


Por Que Isso Acontece?
  • Adaptação do Corpo: O corpo precisa de tempo para se ajustar às mudanças nos níveis de neurotransmissores causadas pelo medicamento. Durante esse período de ajuste, é possível que você sinta um aumento temporário nos sintomas.

  • Efeitos Colaterais Iniciais: Muitos medicamentos psiquiátricos podem causar efeitos colaterais nos primeiros dias de uso, como náuseas, tonturas, sonolência ou agitação. Esses efeitos geralmente diminuem à medida que seu corpo se adapta ao medicamento.


O Que Fazer se Você Sentir Que Está Piorando
  1. Seja Paciente: Entenda que esses efeitos são temporários e fazem parte do processo de ajuste. A maioria das pessoas começa a se sentir melhor após algumas semanas.

  2. Mantenha o Seu Médico Informado: Informe seu médico sobre qualquer efeito colateral que esteja experimentando. Ele pode ajustar a dose ou mudar o medicamento se necessário.

  3. Não Pare de Tomar o Medicamento Subitamente: Interromper o uso de medicamentos psiquiátricos abruptamente pode causar sintomas de abstinência e piorar os sintomas. Sempre consulte seu médico antes de fazer qualquer alteração na medicação.


Medicamentos Psiquiátricos e Álcool: O que Você Precisa Saber

Misturar medicamentos psiquiátricos com álcool pode ser perigoso e causar uma série de efeitos adversos. Aqui está um resumo sobre como o álcool interage com os principais tipos de medicamentos psiquiátricos:

1. Antidepressivos
  • Interação com Álcool: O álcool pode aumentar os efeitos sedativos de alguns antidepressivos, causando sonolência excessiva e diminuição da coordenação. Também pode piorar os sintomas de depressão e ansiedade.

  • Riscos Específicos: A combinação de álcool com Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs) ou Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSNs) pode aumentar o risco de sangramentos gástricos. Tricíclicos e Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAOs) podem causar reações perigosas, como hipertensão severa.


2. Antipsicóticos
  • Interação com Álcool: O álcool pode intensificar os efeitos sedativos dos antipsicóticos, aumentando o risco de sonolência, tontura e problemas de coordenação. Pode também exacerbar os efeitos colaterais como ganho de peso e disfunção metabólica.

  • Riscos Específicos: Misturar álcool com antipsicóticos atípicos como risperidona ou olanzapina pode resultar em sedação extrema e aumentar o risco de efeitos colaterais metabólicos, como diabetes.


3. Estabilizadores de Humor
  • Interação com Álcool: O álcool pode interferir na eficácia dos estabilizadores de humor e aumentar os efeitos colaterais como sonolência e tontura. O uso concomitante pode piorar os sintomas de transtorno bipolar.

  • Riscos Específicos: Misturar álcool com lítio pode levar à desidratação, aumentando os níveis de lítio no sangue e potencialmente causando toxicidade. Ácido valpróico e lamotrigina também podem ter seus efeitos colaterais exacerbados pelo álcool.


4. Ansiolíticos (Benzodiazepinas)
  • Interação com Álcool: O álcool pode aumentar significativamente os efeitos sedativos das benzodiazepinas, levando a sonolência extrema, depressão respiratória, e até risco de overdose.

  • Riscos Específicos: Combinar álcool com diazepam (Valium) ou lorazepam (Ativan) pode ser extremamente perigoso e aumentar o risco de dependência e overdose.


Ou seja, misturar medicamentos psiquiátricos com álcool pode ter consequências graves, variando de sonolência e descoordenação a risco de overdose e piora dos sintomas psiquiátricos. Sempre consulte um profissional de saúde antes de consumir álcool se estiver tomando qualquer medicamento psiquiátrico.


Mitos comuns sobre medicamentos psiquiátricos:

  1. Viciam: Embora alguns medicamentos possam criar dependência física se forem mal utilizados ou abusados, quando prescritos e usados corretamente, muitos medicamentos psiquiátricos não são viciantes.

  2. Mudam a personalidade: Os medicamentos psiquiátricos não mudam fundamentalmente a personalidade de uma pessoa. Em vez disso, eles ajudam a aliviar os sintomas que podem estar interferindo na vida diária.

  3. São a única solução: Embora os medicamentos psiquiátricos possam ser uma parte importante do tratamento, eles geralmente são combinados com outras formas de terapia, como terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou terapia de grupo, para obter os melhores resultados.

  4. Deixam as pessoas "embotadas" ou "zumbis": Embora alguns medicamentos possam ter efeitos colaterais, como sonolência ou diminuição do interesse sexual, nem todos os pacientes experimentam esses efeitos. Além disso, muitos efeitos colaterais podem ser gerenciados ajustando-se a dose ou mudando para um medicamento diferente.

  5. São perigosos: Quando prescritos e monitorados por um profissional de saúde qualificado, os medicamentos psiquiátricos são geralmente seguros e eficazes. No entanto, como acontece com qualquer medicamento, é importante seguir as instruções do médico e comunicar quaisquer efeitos colaterais ou preocupações.


É essencial que as pessoas tenham acesso a informações precisas sobre medicamentos psiquiátricos para tomar decisões informadas sobre sua saúde mental. Se você estiver considerando o uso de medicamentos psiquiátricos, é importante conversar com um médico (psiquiatra) para discutir as opções de tratamento mais adequadas às suas necessidades individuais.

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